Leitores deste blog,
Inauguro aqui um
novo modo de postar, em formato de artigos. Para tanto, deixo no post
direto o resumo/abstract do artigo e o link to texto completo em pdf a baixar por quem tiver interesse.Começo com uma
apresentação da IIIConferência Amílcar Cabral/Paulo Freire, realizado na
Universidade de Santiago, Cabo Verde.
Ref:
TAVARES, Quintino Lopes Castro. Afrodescendência no tempo-espaço global: uma possibilidade a partir de Milton Santos. In: Direito, Filosofia e Literatura.
Apresentado inicialmente na III CONFERÊNCIA AMÍLCAR CABRAL/PAULO FREIRE: Deslocamentos da Memória e Encontro com Pensadores Afrodescendentes, jan. 2012, Universidade de Santiago, Cabo Verde.
Apresentado inicialmente na III CONFERÊNCIA AMÍLCAR CABRAL/PAULO FREIRE: Deslocamentos da Memória e Encontro com Pensadores Afrodescendentes, jan. 2012, Universidade de Santiago, Cabo Verde.
RESUMO
Este artigo retrata
a questão da identidade da afrodescência, por meio de aportes
comuns de reconhecimento, via o percurso de Milton Santos e suas
interrelações pelo mundo. Torna-se, pois, revelador que o ser negro
é uma questão que transcende a noção tacanha de localidade. Ser
negro é um lugar, "o lugar do negro", as interrelações
entre a corporeidade negra e o espaço (e as posições sociais).
Assim, é possível, revivendo os caminhos percorridos por M. Santos,
e pelos africanos que cruzaram sua trajetória, reconhecer as
semelhanças marcantes de um espaço comum de pertença, capaz de
suscitar recordações topofílicas ou topofóbicas, mas que fazem
identificar o afrodescendente, o ser negro. Contudo, mais do que
isso, é preciso cuidar dos perigos do mito da globalização, capaz
de tornar todos, a um só tempo e espaço, cidadãos do mundo
inteiro, e cidadãos de lugar nenhum. Este artigo revela-nos,
portanto, que um dos grandes problemas a enfrentar é a imposição
de processos hegemônicos, legitimados pelo “pensamento único”,
capazes de fazer desaparecer a diferença ou subordiná-la a uma
condição precária e de ameaça permanente da concorrência dos
mais poderosos, da hegemonia ideologizante. Há um véu de
perversidade a pretender encobrir o lugar da história africana e
afrodescendente, sob a razão do universalismo. Como se descobre em
Milton Santos, é necessário olhar para frente, sem descurar,
contudo, os eventos que marcaram e marcam a história africana e a
sua identidade.
PALAVRAS-CHAVE:
Afrodescendência, Milton Santos, reconhecimento, identidade,
negritude, globalização.
ABSTRACT
This paper attempts
to show the question of the Afro-Descendant identity by means of
common inputs about recognition via Milton Santos and his
interrelationships around the world. This provide a revealing about
being a black man that transcends the narrow notion of locality.
Being black is a place, "the black place", i.e. the
interrelationships between body and black corporeity (and social
positions). Thus it is possible, reliving the paths of M. Santos, and
the Africans who came his way, to recognize the striking similarities
of a common space of belonging, that can bring back memories of
topophilia or topophobia, but is capable to identify an
Afro-Descendant as a black man. More than that, we must take a very
cautious approach to the dangers of the globalization myth, which is
capable to make all the different persons in world's citizens and, at
the same time and space, citizens of nowhere. This article tells,
therefore, that one of the major problems faced today is the
imposition of hegemonic processes, legitimized by the "single
thought", that is capable of removing difference or subordinate
it to a fragile condition and permanent threat of competition from
ideological hegemony. There is a veil of perversity attempts to
conceal the place of African history and African descendant under the
name of universalism. As we discover in Milton Santos, one must look
forward, without forgetting, however, the events that marked and mark
African history and identity.
KEYWORDS:
Afro-Descendant, Milton Santos, recognition, identity, negritude,
globalization.
LINK PARA O ARTIGO COMPLETO: CLIQUE AQUI!